27/02/2009


Leitura: I Co 15
Paulo disse que se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, então, apesar de dizermos que cremos em Cristo, ainda assim somos os mais infelizes de TODOS os homens da Terra.

Gravíssima declaração!

Ora, a questão é: O que Paulo está dizendo?


1. Ele diz que é possível haver pessoas que confessam que crêem em Cristo, mas que confinam sua relação com Jesus apenas aos horizontes deste mundo. Ou seja: são crentes do Cristo-Mundo.

2. Ele diz que é possível haver pessoas que confessam que crêem em Cristo, mas, ainda assim, vêem-no apenas como um poder; um mestre; ou mesmo um “deus” para consumo ou interesse. Ou seja: um “deus” do tipo grego, conforme o que se cria acerca das divindades de Corinto.


3. Ele diz que é possível haver pessoas que confessam que crêem em Cristo, embora o Cristo delas seja apenas uma massa energética de natureza psicológico-religiosa, dando às pessoas a magia necessária para que não vivam sem crença; o que para muitos é algo indispensável.

4. Ele diz que é possível haver pessoas que confessam que crêem em Cristo, mas que não têm fé Nele, mas apenas crença mesclada com interesse financeiro, como era comum no 1º século, quando havia uma horda de “falsos apóstolos, profetas e mestres”; todos afirmando um Cristo para consumo, e que se relacionava com os homens dependendo da generosidade deles para com esses “Seus” supostos “representantes”.


Ora, a tal declaração de Paulo sobre os cristãos se tornaram os mais infelizes de todos os seres humanos, tem um contexto muito claro.

De fato, Paulo está lidando com uma comunidade perdida entre a fé que ouviram dos apóstolos originais (como Paulo), os assédios dos judaizantes, a sedução dos “apóstolos gnósticos”, e a volúpia dos milagreiros oportunistas — sempre, e todos, desejos de cativar o interesse “dos de Corinto” para o seu próprio “mover-movido-de-ganância”.

Nada diferente do que se tem hoje!

O fato é que, entre tantas loucuras, às quais iam de posturas eivadas de legalismos judaicos a muito obsoletos (em Cristo), à submissão burra a tudo o que se dizia (desde que se usasse o nome J-e-s-u-s) — não importando se o que se ensinasse fosse o oposto do que Jesus viveu e ensinou.

Aqui não vem ao caso a descrição das inúmeras loucuras divulgadas e acolhidas pelos cristãos de Corinto. Basta-nos olhar para fins de esclarecimento o contexto no qual Paulo declarou a miséria dos cristãos filhos do Cristo-Mundo.

O fato é que pessoas de orientação gnóstica, e que criam que a matéria é má e somente o espírito é bom, ensinavam duas coisas básicas a eles. E eles estavam crendo; a saber:

a) Que sendo o corpo desprezível, o que se faz por meio do corpo não tem importância espiritual; e, assim, se poderia batizar por alguém que já estivesse morto; pois, o ato espiritual feito por um vivo, poderia emprestar o significado do batismo em Cristo à pessoa já falecida. E isto tudo porque o que supostamente vale é apenas o espírito, sendo a carne desprezível.

b) Que a ressurreição de Jesus no corpo — e testemunhada pelos apóstolos e muitos de Seus discípulos, durante 40 dias — não fora, de fato, algo que tivesse ocorrido no corpo; tendo sido apenas uma experiência ectoplasmatica. Assim, não haveria ressurreição no corpo.


Ora, Paulo diz que tal crença equivocada era a ruína do Evangelho. Pois, de fato, diz ele, Cristo ressuscitou no corpo, e apareceu historicamente aos que se tornaram testemunhas de Sua Ressurreição.

Afinal, se Cristo não ressuscitou, quem diz que Ele ressuscitou, mente contra Deus e contra os homens, pregando uma balela. Além disso, diz ele: se assim é, quem morreu tendo fé na ressurreição de Jesus, pereceu; posto que se Jesus não ressuscitou, então, morto algum ressuscitará.

E Paulo prossegue fazendo outras assertivas...

Entretanto, a mais forte delas para a existência presente é aquela que afirma que a Ressurreição de Jesus é o fator de transcendência sem o qual o espírito humano não tem razão para viver; especialmente depois de ter dito que crê em Jesus.

Desse modo, Paulo cria uma categoria existencial desgraçada; a saber: a daqueles que “crêem em Jesus” do mesmo modo que o saduceus criam no mundo espiritual; ou seja: sem fé em anjos, nem em ressurreição e em qualquer forma de transcendência.

Ora, esses têm um Cristo-Mundo. Um Cristo para consumo social, psicológico, comunitário, mágico-imediato, e, sobretudo, como um mestre-de-resultados; ou um poder energético para ser acionado como solução para as questiúnculas desta existência.

Ou seja: Um Cristo-Mundo-da-Prosperidade!

Esse tal “Cristo” é como “o Jesus” pregado nos cultos cristãos de hoje!

É o Cristo da 1ª casa, da 2ª casa, do 1º emprego, da 1ª empresa, da casa de campo, da vitória sobre um sócio inconveniente, e que funciona como Cupido em problemas amorosos!

Ou seja: é filho de Zeus, não é o Filho de Deus!

Esse tal “Cristo” não passa de um Guia Espiritual do tipo que se cultua no Candomblé.

O problema é que ninguém que um dia tenha invocado o Nome de Jesus, por mais pagã que tenha sido a invocação, deixará de introjetar uma referencia inconsciente acerca da verdade; a qual, tem vida própria; e, por tal razão, demanda que a verdade seja a verdade na pessoa; ou, então, abismá-la-á no pânico existencial difuso, mas que se torna a angustia inexplicável de tais pessoas.

Esse Cristo-Mundo, e que tem esperança apenas para esta vida, so-mente torna a existência muito pior.

Como diz Pedro, melhor é viver sem consciência, como um pagão, do que uma vez que se tenha conhecido a Palavra da Verdade, vir a trocá-la pela mentira do “deus - do- imediato”.

Esse Cristo-Mundo é o diabo!

Serve para as conquistas perversas e para os ganhos malandros e mágicos, conforme entre nós se vê sendo pregado.

Porém, quando o filho (a) morre, “Dele” não se tem consolo; quando o marido se vai, “Dele” não se tem carinho, só culpa; quando um parente adoece e não é curado, “Dele” só se tem juízo contra aquele que, pela fé, não conseguiu a cura; e quando se peca feio, “Dele” não se tem perdão, mas apenas uma longa e infindável penitencia; e tudo isto visando não perder as conquistas materiais obtidas até então.

Esse Cristo-Mundo só é “Deus” com a ajuda do Príncipe deste mundo; pois, de fato, os poderes que a “Ele” se atribui são justamente aqueles que um dia Jesus rejeitou, quando lhe foi oferecido com os seguintes dizeres: “Tudo isto te darei se prostrado me adorares!”

Assim, eu digo:

1. Todos os líderes desse “Cristo-Poder” têm horrível medo de morrer. Sim. Eles temem terrivelmente a morte; pois, sabem que terão que prestar contas de suas perversões contra a verdade.

2. Todos os líderes desse “Cristo-Mundo” só são fortes e veementes quando a vida não demanda a paz que excede a todo entendimento; do contrário, morrem de angustia.


3. Todos os crentes desse “Cristo-Prosperidade” perderão a fé quando o mundo e suas prosperidades lhes revelarem a cara de carranca.

Sim! Eles não têm a esperança da Glória de Deus, não são filhos da eternidade, não celebram a ressurreição como esperança, e nem tampouco aguardam novo Céu e nova Terra nos quais habitam justiça.

O céu deles é a prosperidade do mundo!

Quem tiver dúvidas acerca do que digo, aguarde; e verá a grande angustia que tomará tais cristãos no máximo nos próximos três anos; que será quando as últimas máscaras cairão.

Então, haverá muita gente se entregando ao Nada, ao Vazio, à Promiscuidade, ao Medo, ao Pânico, à Depressão, e ao Cinismo!

Dizer-se de Cristo mas só ter esperança “para esta vida” é algo muito pior do que ser ateu. Sim! Bem-aventurados os ateus, pois, honestamente não criaram um “Cristo de consumo”. A alma desses está sob melhores cuidados espirituais do que a daqueles.

A tais “cristãos”, Pedro diz: “Melhor lhes teria sido jamais terem dito que conheceram o caminho da verdade!”

Ora, entre nós, quase que invariavelmente, o que se tem é essa crença no “Cristo-Mundo”, e que é o Despachante dos Crentes que dão ordens a Deus, conforme a diabólica “Teologia da Prosperidade” — e que nada mais é que ensino de demônios.

Sim! É a mesma fala do diabo, a qual um dia ele disse a Jesus, e hoje repete aos “cristãos”:

“Tudo isso te darei se prostrado adorares a tua própria cobiça”.

O fim desses cristãos é a morte em angustia. Sim! Porque sofrem de um irremediável déficit de esperança!

Que ninguém brinque! Mas quem brincar, prepare-se: a verdade brincará com sua alma até à morte!

Achou forte? Ah! Que nada! Afinal, eu sou um tolo que não tenho fé nos comandos e nos moveres humanos. Portanto, basta que você decrete a minha derrota e a minha morte; e, o diabo atenderá você. Atenderá? Ah! Não! Pois Aquele que está em mim é maior do que todas as mandingas da Terra.

Entretanto, caso você duvide de mim e da Palavra, espere; e você verá se estarei “de fora”, batendo na porta “com choro e ranger de dentes”; ou, então, se será o oposto disso, vendo você como o Rico Indiferente ao Lázaro, euzinho aqui, sem justiça própria, porém confiado Naquele que me justifica, e que me dará lugar à mesa com Abraão e Paulo; os quais estarão conversando comigo.

Presunção? Ah! Não! É apenas a fé singela na Ressurreição!

Sim! Tudo por causa do Cristo da Ressurreição; a qual projetou a minha esperança Nele como uma âncora, para além de todos os véus de separação espiritual.

O sábio crerá. O tolo se rirá. Mas a eternidade vindicará aquele que anda na Verdade do Evangelho!


Nele, que é minha esperança em todas as vidas; seja no presente, seja no porvir, seja nesta vida, seja na morte que já foi tragada pela Ressurreição,



Caio

4/02/07
Lago Norte
Brasília


A FESTA DO PAI NÃO É UM BAILE DE MÁSCARAS


Soren Kierkegaard certa vez disse que a vida é um baile de máscaras.

Ele sabia que este era o escudo atrás do qual as almas se escondiam de si mesmas, e, assim, tentavam ocultar suas faces também para a percepção dos demais.

A maioria quer ser famosa, mas poucos querem ser conhecidos!

Ora, usar máscaras, para muitos, não passa de truque, de um direito, de uma opção: ser ou não ser; mostrar ou não mostrar; como se tal bravata contra o próprio ser pudesse passar sem punição.

Para muitos, esconder-se atrás das máscaras é apenas um questão de proteção ou de diversão inexaurível e viciante.

Sim, acaba virando um vício do ser, a tal ponto que sem as máscaras muitos homens não suportam e morrem.

Assim, para a maioria, sem o personagem, acaba a pessoa.

Talvez esta seja a razão pela qual até agora ninguém conseguiu conhecer você, pois toda revelação que você faz de “si mesmo”, é sempre uma ilusão.

Você não sabe quem você é, mas apenas sabe qual deve ser a sua imagem, a sua máscara.

Nesse caso, sua mais ardente e compulsiva tarefa na existência consiste em preservar seu esconderijo. E, sem dúvida, devemos admitir que muita gente desenvolveu tal capacidade de transformismo com a mesma habilidade dos polvos miméticos.
Sendo assim, diz Kierkegaard, “você é tão mais bem sucedido, quanto mais enigmática for a sua máscara”.

Quando a existência se transforma “nisto”, eu e você viramos de fato nada além de NADA.

Ou seja, passamos a ser apenas uma “relação com os outros”; e o que nos tornamos é unicamente em razão e em “virtude dessa relação”.

A moral é a grande máscara. E os moralistas são o que detém o maior número de disfarces. Entre esses, o mais danoso de todos é o estelionatário da religião, o picareta que come as almas dos homens.

Lobos mascarados de ovelhas! A maioria existe assim. Daí, para muitos, catástrofes que lhes roubem as “máscaras” os deixam em estado de desespero, visto que sem a máscara eles não possuem um rosto próprio, algo que a própria pessoa reconheça para si e como sua, e não apenas como um reflexo da imagem que os outros devolvem para você mesmo, supostamente acerca de quem você aparenta ser para eles.

Desse modo, você vende imagem, e se alimenta dela. Mas no dia em que as máscaras são tiradas, muitos não conseguem mais viver, pois neles não há uma vida própria, mas apenas uma existência fabricada para consumo no Baile de Fantasias, que é a existência da maioria.

”Você não sabe que vem a hora chamada “meia noite” na qual todos terão que lançar fora suas máscaras? Você crê realmente que a vida se deixará zombar para sempre? Ou talvez você pense que pode escapar um pouco antes da “meia noite” e fugir de tal hora? Ou será que você fica apavorado com essa idéia?”—pergunta o profeta.

Você consegue pensar em algo mais apavorante do que ter que viver tal “meia noite” em sua existência na Terra ou em qualquer outro lugar onde isto possa lhe acontecer?
Quem vive nesse Baile de Fantasias não tem idéia do que faz de mal à sua própria alma.

Não existe droga mais viciante do que a força compulsiva da “máscara”.

Aquele que se faz um com a mascara, faz-se um com o Nada, pois sua natureza vai se dissolvendo numa multiplicidade...e que acaba fazendo com que esse ser realmente se torne muitos.

Você pode se tornar semelhante àquele pobre Gadareno, ocupado por “infelizes demônios”; numa legião de falsas identidades, que não são suas identidades, e muito menos correspondem a você!

Os demônios habitam sob máscaras.

Por isto mascarados lhes são tão desejáveis residências.

Pobre do auto-enganado que pensa que as máscaras o salvarão!

Tire de sua cara a máscara. Do contrário, você poderá vir a perder a coisa mais sagrada e preciosa de um homem - o poder unificador da personalidade, e a capacidade abençoada de se tornar alguém que seja realmente você.


Caio 13/04/04 - menos de um mês depois da passagem de meu filho, Lukas, para a Glória do Pai.

Reflexão sobre as “Máscaras”, conforme a advertência de Kierkegaard, um irmão de leite que não cheguei a conhecer pessoalmente, visto que entre nós há séculos de separação no tempo.
Mas somos mais chegados que irmãos, em milhares de pequeninas coisas.

A MACCUMBA VENCEU A MACUMBA!




Nunca pensei que um dia, estando eu vivo na Terra, associaria a “macumba” não mais aos ritos de esquina e de terreiros apenas, mas, sobretudo, à feitiçaria ensinada em nome de Jesus.

É claro que eu sabia que o cristianismo foi, historicamente, uma Religião de Mágica e de Feitiços.
E isto porque a fé do cristianismo na macumba era tão grande e tão certa de sua importância, que, matou de modo macumbeiro aos bruxos e feiticeiros, a maioria dos quais mais cristãos do que os seus algozes ortodoxos de tanto ódio do diabo animando-lhes o coração e as ações.

Jesus viu a grande macumba em Seus dias não nos cultos pagãos, acerca dos quais Ele nada diz em lugar algum nos evangelhos, mas sim, no Templo e entre seus donos; assim como nos discípulos dos Dogmas que matam — visto que foi acerca desses que, em João 8, se diz que Ele fez dura referencia, chamando-os de “filhos do diabo”; e mais: afirmando que o diabo era o pai deles, e não Abraão, de quem eles, na cegueira da macumba de ódio que lhes cegava a mente, afirmavam ser filhos.

Hoje os macumbeiros andam retraídos, vencidos, rendidos, pobres, não mais apavorantes — pois, o cetro do medo por eles usado por séculos lhes foi tirado; e, agora foi posto não em terreiros, mas em tronos de “poder cristão”; exercido pelos que dizem aos homens, em nome de Jesus, que se eles não ficarem sob sua “cobertura espiritual”, todos os males lhes acometerão.

Entre os sofisticados, os ortodoxos históricos, a cobertura não é feita pelo “líder” [quase não há carismas entre eles], mas sim pela base doutrinaria correta. Mas é macumba do mesmo jeito, posto que seja controle pelo medo e não uma caminhada livre movida por uma consciência adulta em fé.

Entretanto, como a Nova Macumba do Cristianismo é carismática e neo-pentecostal em seus contornos mais explícitos [embora, como já disse, esteja presente em todos os aplicativos da subserviência ao medo] — a grande influencia original veio dos Pentecostais dos Estados Unidos [o pai do fenômeno no Brasil foi um “MacMissionário”..., no inicio dos anos 60, com as suas mágicas suaves, como o “ponto de contato”, enquanto a mão dele ficava estendida na tela da televisão — fonte de onde vieram MacCedo, MacSoares, MacÂngelo entre outros, e, depois desses, todos os milhares que aprenderam na escola que eles criaram] — e os contornos atuais já foram o resultado de misticismo manipulador do pentecostalismo americano + as magias populares das crendices do povo brasileiro.

As macumbas que são feitas aos milhares nos cultos do medo e das manipulações são infinitamente maiores e mais danosas do que as que ainda são feitas nos terreiros falidos pela Nova Macumba, a qual, de fato, é uma MacCumba: bem americana e bem brasileira.
Todos os dias recebo cartas e cartas de gente que sofre sob o poder dos “Guias Evangélicos” que praticam as MacCumbas com apelidos de cultos.

Ou, então, são as Pró-Maccumbo-fecias que assolam as mentes fracas, as quais se entregam ou às vaidades de profetas doentes, ou, então, oferecem a mente ao controle de para-normais “evangélicos” travestidos de profetas.

O fato é que hoje as pessoas têm mais medo de maldição de pastor do que de bruxaria de macumbeiro.

Por que será, hein?

Afinal, a maior Macumba é sempre a que se imanta do maior medo!

Mas como cristão não é macumbeiro, então, sua versão da bruxaria é apenas uma coisa mais sofisticada, como uma MacCumba.

Na prática, porém, é gestão do inferno sobre a vida humana, como o diabo gosta.

Pense nisso!

Com temor e tremor,

Caio
23 de fevereiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

CRIAÇÃO POR EVOLUÇÃO E POR REDENÇÃO!


Comemoram-se os duzentos anos de Charles Darwin e de sua Teoria da Evolução das Espécies. Até ele a criação era vista como algo fixo, sem mudança desde o 6º Dia da Criação.


Em momento algum, todavia, a Bíblia diz que o Pai já não cria e nem trabalha...
Ao contrário, Jesus disse:

“Meu Pai trabalha até agora..."

Os cristãos querem um Deus que Intervenha na vida, mas não querem um Deus que continue criando...

Sim! Querem um Deus de milagres para o homem, de criações novas para o homem; mas que não seja milagroso na criação.

E mais: fazem diferença entre Jesus curando e criando um olho em um cego de nascença e Jesus criando um órgão em um peixe no fundo do mar...

Assim, se são informados que animais estão ainda mudando e evoluindo, ganhando novos membros ou órgãos de adequação à vida, acham que isto seja blasfêmia.

Deus criou em Dias Eras de tempo e de não tempo.

Cada dia do Dia de Deus é feito de bilhões de anos humanos?... Por que não?
Quem declarou tal impedimento?
Deus não sofre o tempo; posto que o tempo exista Nele.


Entretanto, se crê que o Deus dos crentes, o Criador, não tinha nada a fazer antes do homem.
Assim, agora, depois do homem, somente o homem interessa a Deus, pensam eles.


Deus, no entanto, assim como redime desde antes da fundação do mundo, também cria desde sempre; e assim como nunca deixou de redimir, também nunca deixou de criar.

O Gênesis diz Quem criou.

A ciência tenta dizer como foi criado.

Uma coisa é o Autor. Outra a Obra.

A fé lida com o Autor. A ciência lida com as Obras.

Qual é o problema?

Até no quintal de minha casa vejo as coisas mudando, se adaptando...

O Salmo 104 nos diz que tais Obras de Renovação da Natureza é trabalho do Espírito Santo, o qual, sendo enviado sobre a Terra, renova toda a criação... sempre.

Mas a pressa e a presunção do homem querem dizer quanto tempo Deus tem que ter levado para criar...

E mais:
A Bíblia não quer dizer como Deus criou. Apenas nos diz que Ele falou e assim se fez.
O Deus de Jesus criou, cria e continuará criando!...


Ora, o que é que existe entre o Gênesis e o Apocalipse senão Evolução?

Sim! O que existe entre o Jardim e a Cidade Santa senão evolução?

Evolução como evolução é; ou seja: cheia de “catástrofes”.

Entretanto, eu pergunto: E qual é o problema?

Darwin não é meu inimigo.

Celebro sua ousadia e fé.

Todavia, lamento que os crentes tenham endiabrado o homem, exceto os crentes ingleses, os quais, pela via de gente boa de Deus como C.S. Lewis e outros, logo entenderam que ali não havia conflito entre a Bíblia e a ciência.

Na América, porém, Darwin virou o diabo!

Ora, Darwin nunca esteve em briga com Deus. Apenas, como um homem de ciência, desejava entender a criação.

Mas a insegurança dos crentes, que tenta fazer da Bíblia um manual de “Ciências”, comete o crime de tornar anátema aquilo que não entende e nem tem cabeça isenta para refletir em paz a fim de compreender.

Ao fim da vida, tendo sido visto lendo a Bíblia por um crente que trabalhava no jardim onde estava meditando, Darwin ouviu o homem perguntar como ele lia a Bíblia se não cria nem na Bíblia e nem em Deus. Darwin assustou-se e disse: “Ah! Não! Eu creio tanto em Deus quanto na Bíblia. O que eu digo é uma teoria de como Deus criou, mas não uma negação de que Ele tenha criado”.

Muito assustará os crentes quando e se virem, no Reino de Deus, Charles Darwin, Einstein, Newton, Copérnico, entre outros... — enquanto muitos bispos estarão de fora...
Enquanto isto... o obscurantismo perdura.


Já imaginou se Deus está interessado na briga entre criacionistas e evolucionistas?
Ah, meus amigos, sem medo eu lhes digo que Ele não está.


Assisto documentários sobre a Evolução das Espécies e me deleito no amor de Deus!

Todavia, para mim, não há diferença se os 6 dias foram dias pequenos, mínimos de tempo ou se foram bilhões de dias e anos...

Entretanto, e se um Dia se tornasse um Dia apenas quando cada processo estivesse parcialmente concluído a fim de iniciar um outro...Dia?

Qual o problema?

Você está com pressa?

Não estou pedindo a sua opinião.

Apenas expresso a minha.

Afinal, quem pensa que cheguei aqui sem milhões de horas de oração e reflexão?


Nele, que trabalha até agora e continua criando sempre, ainda que não vejamos,

Caio
25 de fevereiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

13/02/2009

O QUE PAULO DIRIA DOS HEBREUS ?


Hebreu: o chamado de todo aquele que crê

Rm 9 Digo a verdade em Cristo. Não minto.

Minha consciência, no Espírito Santo, dá testemunho de que tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração.

Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne. Eles são israelitas.Deles vem tanta coisa boa!

Deles vem a adoção, a glória, os pactos, a promulgação da lei, o culto e as promessas.

De quem são os patriarcas?

De quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente?
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A resposta a tudo é um simples: Dos Israelitas, Paulo!


Era isso que ele queria ouvir.


Mas o que espanta é o sentimento dele em relação ao seu povo.


O texto expressa o sentimento de Paulo acerca de sua própria história. Um judeu não pensa da mesma maneira histórica que os brasileiros, por exemplo.


Os brasileiros pensam em si e em sua família imediata; e na melhor das hipóteses pensam na História como aquilo que com eles está acontecendo, ou mesmo em sua geração. Já os judeus pensam linearmente na História. Para um judeu o “meu povo” e os meus “compatriotas” ou “parentes”, não era algo que retrava os seus vínculos generacionais imediatos.


Prova disso é que Paulo, ao falar dos Judeus, nos remete direto para os patriarcas, lá atrás no tempo.

Aliás, é somente assim que se pode entender a Paulo, na absurda declaração de ficar “separado de Cristo”, se isso salvasse os judeus.


Deus prometeu a Abraão uma terra; e o enviou para ser um hebreu...Hebreu é sempre um ser hebreu...Hebreu vem da raiz semítica da palavra que designa “cruzamento”, “passagem de fronteira’, “travessia”, etc.


Um hebreu é um ser a caminho, desinstalado, livre, andarilho, aberto, circunstancializado em liberdade, adaptado circunstancialmente, sempre em progresso, inacabado, vivendo em estado permanente de acampamento, e almejando uma pátria superior.


Abraão e seus descendentes peregrinaram.

Depois estiveram sob cativeiro, no Egito, por 430 anos.
Peregrinaram pelo deserto 40 anos.



Tomaram a terra de Canaã, mas não completamente.


Os filisteus e C&A os salvaram de acomodarem-se muito antes do que vieram a fazê-lo.


Não tinham reis, mas juízes.Iniciou-se o processo de des-hebraificação.


Queriam ser “como as outras nações da terra”.


Pediram um rei.Deus era contra.Samuel também.


Deus concedeu-lhes o que queriam, mas fez definhar-lhes a alma.


Deu-lhes Saul...E mais filisteus.


Enviou-lhes Golias.


Davi o vence com uma pedrada.


Davi é ungido e não toma “posse oficial” do função de rei.


E por quê?


Porque Deus queria mostrar que Davi foi maior enquanto fugia, cruzava vaus, dormia em grutas, andava com os amargurados de espírito, transformava bandidos em um exército, alugava serviços para o inimigo, mas não cumpria os tratos; babava como louco, se necessário fosse; comia pães sagrados sem permissão oficial, pois, a vida vinha antes do “oficial”.


Além disso, como hebreu ele praticava suas devoções no caminho; seus altares eram sempre novos—erguidos para o dia; suas esposas tinham que andar com ele; seus filhos nasciam no caminho; seus pais tinham que ser por ele protegidos; seu melhor amigo tinha que ser amado à distancia; sua primeira esposa não o amava mais que aos confortos da corte; nunca tinha trégua quanto a guerrear; e Deus freqüentemente o expunha a perigos, fazendo-o saber muito amiúde o gosto da morte.


Quando Davi assume o reino e vai para Jerusalém, ele começa e decair.


A raiz da palavra hebreu descreve, no texto hebraico, a maior parte das ações de Davi antes de ser definitivamente “empossado” rei—talvez seja: empoçado rei?


Depois de “tomar posse” e se “assentar”, Davi não é mais hebreu...

Volta outra vez a ser hebreu—no texto hebraico—, quando fugia de Absalão, seu filho.


Salomão sucede a Davi.


Constrói o Templo.


A Capital trás a pena capital para os hebreus.Acomodaram-se.Havia “paz” por todos os lados.


Honrarias se sucederam.


A sabedoria de Salomão seduzia reis, príncipes e princesas.


Os antes hebreus agora são Israelitas quase judeus.


Deus divide a nação.


Instabilidade...


Conflitos.



Judá cresce.


Israel, que são os demais, enfraquece.


Acabam indo para o cativeiro.Judá resiste.


Sucumbe.


Nabucodonozor os salva de si mesmos.


Ele fora escolhido por Deus para ser “uma navalha alugada”.


Cativeiro de 70 anos.Ciro os libertou.


Mas trata-se de uma libertação viagiada.


Daí em diante sua auto-determinação nunca mais foi completa.


Sempre existiam em razão de liberdades politicamente negociadas.


Os persas, os gregos, os seleucidas, os ptolomeus, os romanos...No tempo dos romanos “os judeus” atingiram o auge de glória na era das Liberdades Viagiadas.Herodes era o mediador daquela aliança maligna com Roma.


O Templo outra vez tinha “Glória”.Era maior que o Primeiro.


Jesus visita esse Templo Maior.


Diz que não ficará pedra sobre pedra.


O povo a quem havia sido dada uma terra, teria que ter vivido naquela terra sem fazer dela a sua pátria definitiva.


Mas como essa caminhada permanente se lhes tornara insuportável, Deus os faz hebreus à força.No 70 D.C.Tito destrói tudo.Vem a dispersão.


Peregrinam pela terra.Os judeus terão que aprender a ser hebreus de qualquer modo.Vão acomodando-se ao poder adquirido pela arte de andar...O judeu errante...Continuam judeus, mas já não são hebreus.


Lançam raízes nas terras onde estão.


E ficam.


Então...

Vem o Holocausto!


Seis milhões deles morrem em poucos anos.


Tornam-se o maior espetáculo de terror que a História Moderna tem para contar.


Entram de vez para o cenário arquetípico do Inconsciente Coletivo da Humanidade—secular e religioso.


Retornam a sua terra depois de quase dois anos.


Mas era ainda uma terra como aquela dos dias dos juízes: lá não há filisteus; lá há palestinos.


A palavra palestina vem de filistia; ou philistia; ou philistin; e muitas outras mutações—até chegar a palestina.


Filisteus palestinos!

Outro povo, porém a mesma história arquetípica!Assim, Israel vive hoje aquilo que viveu nos dias dos juízes.


Israel vai ter que aprender a ser o povo hebreu.


A Carta aos Hebreus chama os Judeus a se tornarem Hebreus em Cristo.


O povo que anda para frente.


Um povo que exista em permanente estado de arrependimento, de metanóia, de transformação da mente, de não conformação com este século.


Mas os Judeus cultuam a sua própria História.


Daí não conseguirem ser hebreus.


Hebreus sabem que foi do passado que saíram;


mas não sabem para onde estão indo;


mesmo quando possuem terra firme pra pisar.


Se esse espírito se desmancha, acaba-se o hebreu; nasce o judeu.


É assim com todos os que foram chamados a viver nas pisadas de Abraão—que andava pela fé—mas acomodam-se a qualquer chão que não seja o da fé que nos põe a caminho.


Quando Jesus disse Eu Sou o Caminho—Ele também nos chamava para esse existir hebreu.


Estar no Caminho, significa almejar uma pátria, cujo Arquiteto e Edificador é Deus;


é saber que lá há muitas moradas; mas não parar jamais pelo caminho;


se puser a mão no arado e olhar pra trás, deixa de ser do Caminho.


Ou seja: não é digno do reino de Deus.


O reino de Deus é assim: como a vida de um hebreu.


Por isso ele não tem visível aparência.Tudo aquilo que tem visível aparência acabará matando o espírito hebreu da fé.


Pode ser o Templo Maior.Pode ser Maior Rei.Pode ser o Mais Valente.Pode ser o Mais Sábio.


Pode ser o Mais Seguro.Pode Ser o Invencível.


Se trouxer a arrogância da Permanência, demole os espírito hebreu.


Por isso, os Judeus estão sob cativeiro até hoje; e só deixarão de estar quando se tornarem outra vez hebreus—ou seja: no coração.


E quando isto acontecer todo Israel será salvo, pois, nesse dia, cairá sobre eles espírito de arrependimento—coisa que acontece com hebreu que esqueceu por um tempo o caminho—; e, então, eles reconhecerão Aquele acerca de quem Abraão “viu os dias, e regozijou-se”: Jesus!Mas o que a História dos Judeus nos ensina?


Que os judeus são o povo escolhido?Sim e não!Os judeus tiveram, têm e terão sempre um papel mais que importante em qualquer história da Humanidade, em todos os tempos.


Mas o Holocausto, por exemplo, nos ensina não tanto sobre os “judeus”, mas sobretudo acerca do que a Humanidade é capaz de fazer.


Portanto, o Holocausto não me inspira a cultuar a história do sofrimento do povo Judeu, mas a enxergar o que os humanos são capazes de fazer Hoje, com qualquer ser humano e tem todos os povos.


Mas e os Judeus, pergunta você, não são especiais?


Como gente entre os humanos, não!


Como nação entre os povos, sim!


Os judeus são os depositários históricos da mais extraordinária experiência de continuidade consciente e andarilha que um povo já experimentou como Própria História na Terra.


Eles são os hebreus que estão aprendendo a ser filhos de Abraão.


E, nós, cristãos, deveríamos aprender com eles.


Os judeus são os nossos mestres, não para o nosso bem se os imitarmos; mas para o nosso total beneficio, se os não imitarmos; e não fizermos da “igreja” uma falsa terra prometida.


Nosso chamado é para sermos Igreja—Os chamados para fora—; e também para reconhecermos, conforme Hebreus 13, que nosso lugar de encontro com Cristo é “Fora do Portão”.


CaioEscrito em 27/09/03


GRAÇA: VOCÊ ACHA QUE É MOLEZA?


Ora, irmãos, não quero que vocês sejam ignorantes quanto ao fato que nossos pais, no Êxodo, estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar.


Assim, podemos dizer que todos eles foram batizados, tanto na nuvem como no mar; e isto no que dizia respeito a Moisés.


E mais: podemos dizer que todos eles comeram de um pão espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia...


A pedra era Cristo!


Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto.
Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
Não se tornem, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.
Também não pratiquemos a promiscuidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil.
Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes.
Nem tampouco murmuremos, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador.
Ora, estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.


Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.


Não nos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, nos proverá livramento, de sorte que a possamos suportar.


Portanto, meus amados, fugi da idolatria.



Paulo nos diz que o caminho do Evangelho, que é caminho de Graça — é bondade e favor de Deus para que vençamos as tentações da jornada.


Não nos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, nos proverá livramento, de sorte que a possamos suportar.


No entanto, Paulo também nos diz que as conseqüências de se querer a Graça de Deus como Graxa de Deus, são claramente demonstradas pelo caminhar do povo de Israel pelo deserto, conduzidos por Moisés.
A ênfase de Paulo é em “todos”.


Todos receberam os benefícios. Todos saíram do cativeiro. Todos foram batizados tanto na chuva da nuvem [conforme o salmo] como no passar pelo mar sem se afogarem. Todos tomaram a “ceia do maná” e todos beberam da água viva que escorria da rocha. Mas a maioria deles não se fez agradável a Deus pelo seu modo de andar...


Paulo diz que os “sacramentos” da eucaristia e do batismo em nada os ajudaram, pois, a vida com Deus é feita de sacramentos de obediência e não de ritos.


Então o apóstolo adverte dizendo que houve algumas coisas no coração dos que peregrinavam pelo deserto e que são as mesmas coisas presentes em todos nós, os que caminhamos pelo chão árido desta terra de peregrinações.


Cobiçaram o que não tinham como se fosse obrigação de Deus libertá-los para uma vida de hedonismo.

E faziam isto como fantasia, posto que desejassem agora os alhos e cebolas do Egito, dizendo: Como era boa a nossa vida na terra do Faraó!


Tornaram-se idolatras não por causa exclusivamente do culto ao Bezerro de Ouro, mas, sobretudo, diz Paulo, em razão de que a mente deles se tornara um altar de idolatria do prazer e do deus do imediato; posto que apenas pensassem na vida como um acontecimento de comida, bebidas e prazeres.

E, segundo Paulo, este é o espírito mais sutil da idolatria: a idolatria do imediato e dos sentidos. É a tal vida feliz que só é feliz na confusão dos muitos folguedos o tempo todo. No tédio de Deus, então, devaneio...


Além disso, entregaram-se à promiscuidade, especialmente depois de pensarem que como Israel havia vencido a macumba de Balaão, agora, então, estavam livres para a promiscuidade; posto que se Deus os amava, como aparentemente demonstrara protegendo-os da “mandinga do Bruxo” — então, pensavam: “Se estamos livres da mandinga do Bruxo, estamos livres para pegar a mulher dos nossos amaldiçoadores!” Assim, agora, na confusão mental deles, a Graça era um sinal de que estariam livres para tudo. Portanto, mergulharam na promiscuidade.


Por último Paulo adverte contra o espírito de insatisfação e de murmuração, dizendo que tal espírito suscita na existência o poder do exterminador.


Assim, sem delongas, Paulo diz:
A Graça que cobre o pecado e o pecador, cobre todo pecado e todo pecador que deseje viver livre do pecado como escravidão; mas não é um documento de alforria das conseqüências da vida; como se por causa da Graça alguém recebesse permissão a fim de que viva como quem morra...; e, ainda assim, colham-se os frutos que somente colhem os que vivem como quem vive, segundo Deus.


Desse modo, Paulo lhes diz:
Vocês pensam que porque são de Cristo, foram libertos dos ídolos explícitos, receberam batismos, tomam a eucaristia do Corpo de Cristo e bebem da fonte da Vida — vocês ficaram imunes ao pecado?
Que nada! — diz ele.


E conclui:

Aquele que assim segue andando... crendo que apenas porque tenha provado benefícios espirituais está livre para se entregar aos ídolos do coração: cobiça, volúpia, promiscuidade, hedonismo, alienação, auto-engano, murmuração, ingratidão, etc. — está caído no chão da vereda e não sabe.


Pode haver inflação de cultos, batismos, ritos, dízimos, ofertas, pertencimento ao grupo, etc. Mas se o coração não andar no caminho em Graça responsiva ante ao perdão e a libertação, esse fica no estado piorado do qual Jesus falou, sete vezes pior, e, também, põe-se no estado que Pedro descreveu como o de uma porca lavada que volta à lama.


Quanto a nós, cabe a advertência: Aquele que julga está em pé, cuide para que não caia!


E a razão é simples:
Não nos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, nos proverá livramento, de sorte que a possamos suportar.

Nele, que nos tira de uma vida de cobra, comendo o pó da terra, e nos põe sobre os nossos próprios pés, andando como gente,

Caio


2 de fevereiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF



ESTÁTUAS DE PASSADO


Paulo foi além de todos os homens de fé quando, sem “um Paulo” a lhe preceder e pavimentar o caminho, disse:

“Pois tudo é vosso, seja a vida, seja a morte, seja o mundo; sejam as coisas do presente ou do porvir; tudo é vosso, e vós de Cristo; e Cristo de Deus”.

Depois dele tudo fica bem mais simples para os simples, mas para os complexos e viciados na vaidade das complexidades contadas como virtude, ou dependentes psicológicos da droga hibrida narciso-medusa — ainda há o que se discutir.

No entanto, o que está dito é isso mesmo!

É pegar ou largar!

E qual é a dúvida?

Ora, de fato a maioria foge do que Paulo disse, embora pregue sobre a vida abundante (como tudo, menos como vida), sobre a certeza do céu (hoje em dia... nem tanto; a certeza é para a terra somente), sobre a sujeira ou pureza do mundo que interessa, sobre o presente como sucesso, e o futuro como prosperidade, mas quase ninguém quer viver em plenitude o que Paulo de fato disse.

E o que ele disse, sim, assim como se não soubéssemos ler nem mesmo o português?

Ele disse que em Cristo já temos herança de tudo; o que quer que faça parte de “tudo” deve ser visto por nós como um “tudo em Deus”; pois tudo existe e subsiste em Cristo.

Assim, é saber que a vida não é risco, é um abrir de infindas e imensuráveis oportunidades (Jesus é a Vida); que a morte não mata, mas apenas se oferece como Boa Porta para o que é infinitamente melhor; que o cosmos (qualquer universo) é nosso, pois é de nosso Pai, seja na terra, seja no espaço ou nos abismos dos mares, ou até em qualquer dimensão, posto que Jesus de Nazaré é Aquele em Quem Deus fez convergir todas as coisas, de todos os tempos, mundos ou dimensões; que o presente é Cristo e que o porvir é Cristo; pois o viver é Cristo e o morrer é lucro; e que toda essa herança decorre de sermos conscientemente de Cristo; sendo nós, por esta razão, criaturas-filhas que já existem no seio do Pai em razão de que a fé nos fez naturalmente de Deus em qualquer situação. Assim, tudo o que é de Cristo é nosso; e nós de Cristo; e Cristo de Deus; pois o Pai é tudo em todos.

Isto está dito; e se crido gera uma incontrolável revolução no ser que discerne isto pela fé e se apropria como bem da Graça.

O que não está dito, mais está implícito, é, entretanto, extremamente sério.

Paulo não inclui o passado na herança de ninguém, pois ninguém possui o passado, o passado é que nos possui.

Em Romanos 8 Paulo também não inclui o passado na lista de coisas e dimensões que não nos podem afastar do amor de Cristo. Sim! O passado não pode nos afastar do amor de Cristo, mas pode nos fazer deixar de gozar a alegria do amor de Cristo, do qual somos indivorciáveis em razão da fidelidade de Deus para conosco; e não o contrário.

Aqui (II Co 4), entretanto, o que Paulo diz ao nada dizer acerca do passado, é que ele não existe entre aquilo a que se chama “tudo”. Tudo não tem passado. Tudo tem presente e porvir. Pois o passado não é herança de vida, mas apenas de fixação idolátrica no que já não é, e jamais voltará a ser.

Daí a maior parte dos males da alma humana vir da decisão humana de fazer do passado sua vida e única herança. De tal fixação no passado vêm todas as neuroses, paranóias e toda sorte males da alma; especialmente as culpas e as fobias de ser.

Se gasta cerca de 80% de nossa energia psíquica investindo-a no passado. E o passado é o diabo pra esperança e para a vida; especialmente porque o bom passado não nos persegue, mas apenas nos move adiante (nem por isso é objeto de ressalva por parte do apóstolo); todavia, o mal passado é o poder que nos tenta fixar em suas dores, culpas, vergonhas, abusos, mágoas e medos; e é dele que a maioria de nós se faz servo e escravo.

Assim, nos agarramos ao que Paulo joga fora (pois, em Cristo, não foi incluído, senão para ser excluído); e, suicidamente, abrimos mão da vida como oportunidade de tudo o que é bom, da morte como passagem pra tudo o que é infinitamente melhor, do presente como o Dia onde cabe toda boa decisão, do porvir como a dimensão na qual ainda cabe tudo; e, agarramo-nos ao passado (como disse: suicidamente), onde já não cabe nada novo, mas cabe a nossa vida inteira, no presente e no futuro, caso nos entreguemos ao passado como o melhor do existir; ou como o que determina a vida; ou como carma ou culto de saudade.

Ora, esta é uma das mais fortes operações da morte-que-mata no homem — que é o ler e ouvir tal oferta, e temê-la; enquanto ama a morte como fixação ao passado, no espírito de amor à morte da mulher de Ló.

É você uma estatua do passado, com um retoque aqui, ouro ali?


Pense nisto!


Caio

13/08/07
Manaus

ECOQUEDA & ECOGRAÇA


Este mundo é caído, porém, mesmo em sua queda, ele é organizado.


Aliás, a Queda desconstruiu o sistema do amor natural e instituiu a ordem do poder e do controle.

Daí, logo depois da narrativa da Queda em Gêneses, segue-se a descrição do surgimento das armas, dos instrumentos cortantes, dos aparatos de encanto e sedução e, sobretudo, a informação sobre o inicio da construção de cidades dedicadas aos nomes de seus fundadores, todos ansiosos de estabelecerem suas marcas como referencias de imortalidade histórica.


Poder e Controle!

A História humana é o resultado dessa compulsão que se instalou no lugar do amor natural.


O amor passou a ser um milagre, uma virtude, um desejo bom para habitar apenas os corações dos despretensiosos servos ou, na melhor das hipóteses, aquilo que se faz convergir na direção do igual-agradável e não ameaçador.


Em Mateus 17: 24 a 27 essa ordem do poder aparece em profundas sutilezas. César dominava o mundo.

E o mundo pagava impostos a Roma. César era compulsivo e sua imortalidade precisava ser marcada pelas obras de seu poder. Então, a ordem é estabelecida e segue seu curso, que vai do Grande Megalomaníaco—César—ao drama do pequeno cidadão—Pedro!No meio dessa cadeia está Herodes e estão os sacerdotes do Templo. O imposto das duas dracmas era devido ao Templo. No entanto, como já dizia Salomão no Eclesiastes, acima de todo explorador há um outro que o explora também. Assim, os desejos de César se vestem de muitas caras, algumas até mesmo religiosas em suas justificativas de cobrança.


Trata-se de um poder que vai descendo numa escala de explorações que chega a Cafarnaum. César deseja lá longe. Pedro, no entanto, tem que pagar a conta ao entrar em casa.


Num mundo caído não só os desejos se diluem na cadeia das explorações e interesses, mas também à toda perda corresponde um lucro, muitas vezes impessoal. Assim também é que “alguém” perdera duas dracmas e que veio a ser engolida por um peixinho do mar de Tiberíades. “Não paga o vosso mestre o imposto das duas dracmas?”—foi a questão dos fiscais de renda.“Claro”—foi a resposta do culpado e endividado Pedro!Aflição por um culpa que fora produzida por uma cadeia de caprichos que se lhe tornaram “legais”.


César está em Roma. Herodes está na Palestina. Os sacerdotes estão no Templo. Os ficais e coletores, nas cidades. Pedro está chegando em casa e é parado do lado de fora. Jesus está dentro da casa, sem desejos, sem caprichos, sem impostos a pagar ou a cobrar!“Simão, de quem cobram os reis da terra impostos: dos filhos ou dos escravos?”—indagou o Senhor!“Dos escravos, Mestre”—disse o cidadão Pedro.“Logos estão isentos os filhos”—acrescentou o Senhor. “Mas para que não os escandalizemos, vai ao mar e lança o teu anzol, tira o primeiro peixe que for fisgado, abre-o e acharás o suficiente para pagares por mim e por ti”.


Caprichos, ambições, legalidades, desculpas autoritárias, megalomanias e abusos—ficam por conta dos que cobram! Medo, culpa, endividamento, inquietação e sentimento de pertencer ao grupo dos que vivem para pagar—fica por conta de quem chega em casa para descansar e só tem contas a pagar!


Um moeda de valor—as duas dracmas— foi perdida por um alguém, que foi para casa com a sensação de ter deixado em algum lugar o que teria que estar no bolso.



Um peixinho brincalhão engole o que não sabe o que é! Jesus, todavia, é o único que conhece o sistema toda da EcoQueda. Ele vê o todo. Sabe que os caprichos de uns viram leis, as perdas de outros viram ganhos, o entalamento de um peixe se torna em deposito bancário, a angustia de Pedro se transformará em fé singela que um dia derrubará os caprichos megalomaníacos de César e a exploração religiosa dos sacerdotes.


Há um livro imenso para ser escrito à partir daqui. Mas eu aqui fico, apenas para dizer o obvio: Neste mundo caído à todo mal corresponde um bem; à toda perda, um ganho; à toda fraqueza, uma possibilidade de fé!

Por isto é que todas as coisas cooperam, conjuntamente, para o bem dos amam a Deus.


Por trás da EcoQueda, age a EcoGraça!


Nós não somos dos que cobram para César e muito menos dos que se sentem culpados pelos desejos do megalomaníaco, mas dos que recebem o provimento de Jesus e descansam em Sua Graça.


Enquanto isto, fazemos coisas apenas por causa da consciência “deles”, mas não que isto tenha qualquer coisa a ver conosco!


Caio Fábio

03/02/2009


A memória cerebral nada tem a ver com as memórias do coração!

Uma pessoa pode ficar com amnésia e nunca esquecer a gratidão. Ao passo que uma outra pessoa pode ter memória de tudo, mas não ter nenhuma gratidão como memória.

Memória cerebral é a capacidade de estocar lembranças e informações.

Memória como gratidão, no entanto, pode até não lembrar dos fatos, mas nunca esquece o benefício.

Para Deus não interessa se você é um historiador e que se lembre de tudo, tendo todas as coisas guardadas como recordação que sirva aos seus interesses de memória deliberadamente seletiva.

O que interessa a Deus, segundo Jesus, é se você volta para agradecer!

Dez eram os leprosos. Nenhum deles esqueceu que Jesus é quem os curara, mas apenas um voltou para agradecer!

A memória cerebral lembra os fatos. A memória grata age conforme os fatos da Graça e os reconhece sempre.

Portanto, se você não esquece nada, mas não é grato, grande é a sua culpa.

Ingratidão é pior do que macumba, pois, é a alma sob o domínio da indiferença e da falta de reconhecimento, o que faz dela a sua própria macumba e maldição.

Veja que pela ingratidão você não se torne indesculpável.

Pense nisto!


Caio
1 de janeiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF