02/04/2009

QUEM ROLA NÃO CAI, MAS NÃO ANDA!


As pessoas dizem “fulano caiu” - significando que a pessoa adulterou, ou deixou de ir à “igreja” ou perdeu o interesse nas “coisas de Deus”; entregando-se ao “mundo”; especialmente se fumar ou beber. Nesse caso, o tal indivíduo se “desviou dos caminhos do Senhor”. “Caiu”, dizem “eles”.

Desde menino na fé que odeio essa terminologia. Primeiro porque ela falsa; segundo porque é burra; terceiro porque é presunçosa; quarto porque é pecaminosa; quinto porque é farisaica; sexto porque é indutora de fanfarrice moralista; sétimo porque não diz nada além do juízo dos “crentes” contra os que não agüentaram o “clube da luta dos amados” — a tal da “igreja”.

Eu, por exemplo, nunca caí na fé. Caí sim, Graças a Deus, dos píncaros evangélicos. Aliás, me suicidei entre eles para poder ter vida fora deles. De fato, me joguei do pináculo do tempo; e morri para o que eles chamam “vida”; e eu chamava de mentira e opressão. Assim, caí sim, mas fora... E como é bom cair fora dessa câmara de mentiras e juízos do diabo!

Em Cristo ninguém cai. Só cai quem não está em Cristo.

Em Cristo a gente no máximo experimenta a tentação ou a sedução dela, e, pode sucumbir; e sofrer a disciplina que recebem os filhos amados; mas nunca é possível cair fora da Graça, a menos que se a negue e se não a aceite como perdão e poder para andar no Caminho.

Ora, para Paulo, o cair da Graça equivalia ao que os “crentes” de ontem e hoje chamam de estar “firme na fé.”.

Sim, o que os “crentes” chamam de “cair na fé” é o equivalente ao que Paulo chamava de “andar pela fé em Cristo”, sem justiça própria; sem a presunção de fé dos “judaizantes” ou dos “crentes em si mesmos”.

Já o que Paulo chamava de “cair da Graça” é exatamente o os crentes chamam de “minha justiça” ou “minha santidade” — o que nada mais é que negação da justiça de Deus [na prática], e a exaltação da justiça do comportamento feito de “não e não”; mas nada que seja “sim ao Evangelho”; e menos ainda: nada que seja confiança no que Jesus fez; e ponto.

Para os “crentes” o filho pródigo é um caído para sempre; e “o irmão mais velho” é o que nunca caiu na fé.

Assim é a distancia dos “crentes” em relação ao sentido do Evangelho!

Desse modo, muitos que os “crentes” chamam de “caídos” são os que estão em pé e firmes na Graça (tendo deixado o “clube da luta dos amados” a fim de poderem manter a alma íntegra para com o Evangelho). E muitos que os “crentes” dizem que nunca caíram (pois, nunca adulteraram [fora]; nunca deixaram a freqüência à “igreja”; nunca deixaram de “dizimar”; e nunca foram flagrados em nada) — de fato nunca caíram mesmo; pois, na realidade, nunca estiveram em pé; tendo apenas vivido a vida rolando no excremento de suas próprias produções fecais de justiça-própria.

Eles não caminham, mas rolam...

Os que caem são os que julgam estar em pé. Mas os que não julgam nada, mas apenas confiam no amor de Deus, esses nem quando tropeçam, caem; posto que já caem no colo do amor do Pai.

Quando a Luz brilhar e os céus se abrirem e os corações forem desvelados, grande será o pranto; e grande será o arrependimento pela presunção dos “crentes” contra os seus “lázaros”; os quais estarão assentados à mesa com Abraão, enquanto os supostos “filhos do reino” estarão do lado de fora, onde haverá trevas, choro e ranger de dentes.

Onde houver um “crente” rilhando os dentes contra um filho da Livre que não se submete aos filhos da Escrava, aí há um ente que não anda, e, portanto, não cai; posto que apenas “rola” de vomito espiritual em vomito espiritual; e tem na lama das mentiras, das fofocas e das perversidades a piscina de seus confortos mórbidos.

De fato quem rola não cai, mas não anda. E quem não anda, não segue. Afinal, o convite é para andar com Cristo, não para rolar na estrada pavimentava com os dejetos das arrogâncias que fazem os céus vomitarem.


Caio

13/08/07
Manaus
AM

23/03/2009

A construção da felicidade


Psicólogos estudam como as pessoas podem moldar o próprio bem-estar voltando a atenção aos marcadores somáticos e investindo nas “pequenas alegrias” – a despeito dos contratempos que inevitavelmente enfrentamos



Às vezes, pequenos detalhes têm conseqüências de grande extensão. Por exemplo, eu devo à ausência de um coelho de chocolate o fato de não dirigir mais um Alfa Romeo. Explico: eu sempre fiquei satisfeita com o trabalho de um mecânico que trabalhava na oficina da Alfa Romeo. Um dia, soube que ele pedira demissão. “Por quê?”, perguntei, curiosa. “Mudou o proprietário da empresa e o clima não é mais o mesmo. As pessoas já não se sentem bem.”

“Mas o que está diferente agora?”, eu quis saber. “Difícil dizer. Na verdade, apenas detalhes, coisas que podem até parecer bobagem, mas fazem diferença.

Antes, por exemplo, a mulher do dono da oficina sempre colocava um coelho de chocolate na caixa de ferramentas de cada um dos funcionários na época da Páscoa. Pode ser só um gesto de delicadeza, mas nessas horas percebemos que alguém ainda pensa na gente.” Eu podia jurar que a voz daquele homem com quase 50 anos estava trêmula naquele momento.

Seja como for, o coelhinho da Páscoa não veio mais, o valioso mecânico foi embora e eu, diante da dificuldade de encontrar uma oficina confiável, próxima à minha casa, terminei comprando um carro novo.

Por trás dessa pequena história, há um importante objeto de pesquisa de psicólogos: a questão sobre como surgem a satisfação e a felicidade.

A esperança de inúmeros estudiosos é que, se compreendermos melhor os mecanismos que possibilitam essas sensações, seremos capazes de produzir esse estado de forma objetiva em nós mesmos

16/03/2009

OS PORTEIROS DO REINO


Jesus parece sempre ter feito questão de deixar os cheios de suas próprias certezas presunçosas e arrogantes, incertos e vazios em Sua presença.


Aliás, foi Maria quem, no contexto do Evangelho, primeiro disse que Jesus seria assim.


“Despedirá vazios os soberbos, arrogantes e poderosos, e acolherá os pobres da terra” — disse ela.


Além disso, foi também dito acerca Dele pelo velho Simeão, que Ele seria “objeto de contradição”.
Ele, todavia, jamais se contradisse. A contradição era o que vinha dos outros, pois, supostamente, quem deveria amá-Lo, o odiou, e quem deveria rejeitá-lo, o amou.

E foi de contradição em contradição [não dele a contra-dição] que Ele andou entre espinhos, abrolhos e lírios do campo.


Ele via espinhos onde se dizia que era o Jardim Religioso de Deus: o Templo e a religião, com seus funcionários supostamente do interesse de Deus e da vida, e pensava: "Aqui é o deserto!"
Ele via lírios onde se dizia que somente havia lixo; ou seja: entre coletores de impostos, meretrizes e gente considerada pecadora por ser sem religião ou informação religiosa, dizia: "Aqui é o campo para o Jardim de Deus".


Ele nunca se contradisse, mas o que dizia dividia o mundo!


Daí se dizer que Ele seria como uma Espada.


Ele próprio disse que trazia a espada e que seu batismo seria de fogo.


No caminho, todavia, Ele foi pontuando as incertezas que poderiam, em sendo acolhidas, salvar os certos das certezas.


Assim Ele diz que o reino de Deus seria como um grande banquete no qual estariam presentes todos os que a Religião deixaria fora, enquanto, de fato, estariam de fora os que tinham o suposto poder de dizer quem entraria ou sairia.


Ele, entretanto, não disse nada que pudesse melhorar o desconforto dos donos das certezas.


Ao contrario, disse: “Muitos virão do Norte, do Sul, do Oriente e do Ocidente, e tomarão lugar na mesa do reino de Deus com Abraão, Isaque e Jacó, enquanto ‘os filhos do reino’ ficarão de fora”.
Ora, os que Ele chamou de ‘os filhos do reino”, são os que assim se consideravam, na mesma medida em que desconsideravam os outros!



Portanto, é fácil saber quando uma pessoa mudou de time e agora joga no time do inimigo de Jesus:
Toda pessoa que julga ter recebido de Deus a chave que abre para os outros entrarem ou que fecha para que ninguém entre — esse tal já está fora e não sabe ou não quer admitir.


“As chaves do reino de Deus”, conforme Jesus mencionou a Pedro, não é uma chave que serve no portão do céu.


Também não é uma chave para o coração dos outros.


Menos ainda é uma chave que abra acesso espiritual à ninguém; e que também seja útil a quem julgue que tenha o poder de fechar para que ninguém entre.


Somente Jesus abre e ninguém fecha; fecha e ninguém abre!


“As chaves do reino de Deus” abrem apenas onde o braço do homem [e olhe lá!] pode abrir, que é o seu próprio coração.


E porque essas “chaves do reino de Deus” são da natureza intima que são, é que Jesus diz à Igreja em Éfeso que eles tinham a chave que poderia abrir a porta para eles mesmos; e tais “chaves do reino de Deus” existiam neles para que eles mesmos se abrissem.


"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, comerei com ele e ele comigo".


É nessa despretensão que caminha o verdadeiro discípulo!


Ele sabe, com alegre surpresa, que está dentro; porém, não ousa dizer quem está fora; posto que no dia que o faça seja porque ele mesmo já não esteja dentro.


Somente se preserva em Deus quem anda nesse espírito!


Os donos das certezas para os outros são os que estão andando para o buraco assoviando acerca da suposta desgraça dos diferentes, enquanto a viagem que a pessoa faz seja apenas para o fundo do buraco, embora ela chame isso de caminho do reino de Deus.


Portanto, abra o olho; e, enquanto pode, salve-se do engano.


Salvo em Jesus é quem não tem outra certeza senão a de que pela Graça [favor imerecido] está salvo.

Nele, que nos chama todos os dias para o arrependimento que sempre nos põe no bom lugar da Graça,

Caio
12 de março de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

13/03/2009



Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ou se ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
“Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.






Quero viver